A pesquisa científica é de fundamental importância para o mundo. Ela contribui com a construção do conhecimento de forma mais sistemática, facilitando o entendimento, o aprendizado, a abertura para a escuta e o senso crítico (também tão necessários) para uma análise mais apurada do que vimos e experienciamos ao nosso redor e até mesmo do que os nossos olhos ainda não puderam ver.

É um processo árduo e praticamente “solitário”, visto que a relação em grande parte do tempo, se dá entre o(a) pesquisador(a) e os livros, os sites de busca, a análise dos resultados das entrevistas e o computador (digitação). Dentro deste contexto, não se pode deixar de dar também, os merecidos créditos aos orientadores, base de apoio e de senso crítico à todo(a) pesquisador(a) e que contribui significativamente para que a escrita e o passo a passo sistemático/técnico que a pesquisa deve seguir, seja entregue de forma harmônica, clara e fluída, facilitando com isto o entendimento de seus leitores.

Como é recompensador para o(a) pesquisador(a), quando toda esta fase/processo se “materializa” em dados e informações relevantes para a absorção do conhecimento ou para novas aberturas de portas à futuras pesquisas e livros. Ainda mais animador, quando somos convidado(a)s a participar de eventos como o “PINT OF SCIENCE!” (https://pintofscience.com.br/sobre/). Um festival que foi criado na Inglaterra em 2012 e que chegou ao Brasil em 2015.

À partir daí, este movimento vem crescendo e se destacando em todo o país. Seu objetivo nasceu para colocar em evidência e de forma mais próxima à sociedade, as pesquisas científicas que precisam não apenas ficar à disposição dos sites acadêmicos, laboratórios, centros de pesquisa e de instituições de ensino em geral, mas das pessoas que estão presentes na sociedade e em ambientes descontraídos como os espaços de coworking, pubs, restaurantes, etc. Um movimento diferente e planejado com a presença das mais diversas pessoas de áreas, idades, perfis e profissões que buscam por esta oportunidade de aproximação com a pesquisa, só que apresentada de forma mais descontraída, sintetizada e com o propósito de abertura para reflexões, escuta, troca e o que mais contribuir para que este “brainstormig” com o público diverso, gere novos frutos e aprendizados.

Foi incrível esta experiência onde pude compartilhar no dia 22/05/2023 na cidade de Santa Rita do Sapucaí/MG, a temática da minha pesquisa “Governança Corporativa: Um olhar a partir das boas práticas na inclusão de pessoas com deficiência”, cujo título, sofreu uma pequena atualização para “pessoas diversas” (visto que as pessoas com deficiência também o são), especialmente para este festival, com o propósito de também abrir caminhos para a agenda da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), cuja relevância vem merecendo abertura de portas para reflexões, trocas e melhorias no convívio destas e dos demais grupos vulneráveis em meio à sociedade, instituições educacionais e no ambiente/cultura organizacional.

Abrir caminhos para novos formatos e falas em festivais como o PINT OF SCIENCE, respeitando a máxima do slogan “Nothing about us without us”, cuja tradução é “NADA SOBRE NÓS SEM NÓS”, reforça a minha crença de que, este movimento deve ser permanente e cada vez mais inclusivo, divulgado e descentralizado. Ele é um bom “caminho” para não apenas, aproximar as pessoas diversas/vulneráveis destas oportunidades de contato com a pesquisa, mas também de dar-lhes escuta e voz quando quiserem ou se sentirem à vontade para se posicionarem e trazerem suas experiências e convicções. Isto, por certo, irá enriquecer ainda mais os “próximos passos” do(a) próprio(a) pesquisador(a) e contribuirá para que cada vez mais pessoas “conscientes” façam a sua parte e contribuam para a minimização do preconceito e da discriminação que tanto “intoxicam” as relações entre os seres humanos.